terça-feira, 22 de maio de 2012

MÍDIA-EDUCAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Saindo da teoria para a prática, o Prof. Dr. Silvio da Costa, da UFSC, foi a campo para avaliar o uso das mídias pelas escolas de Florianópolis, estado de Santa Catarina. O relato das práticas encontradas é interessante e rico, traçando um amplo painel das possibilidades de integração mídia-educação.

Em suas conclusões, Costa aponta uma realidade similar à de São Vicente e de outros municípios da Baixada Santista: boa parte das escolas municipais possuem laboratórios de informática com acesso à Internet, e bibliotecas com jornais, revistas e gibis, além de livros. No entanto, apesar de saberem lidar com todas estas mídias, seus professores sentem a falta de formação no sentido de como obter delas um  uso criativo e com finalidade crítica.

Sobre a produção dos trabalhos nas escolas, apoiados pelas mídias, Costa os avaliou sob seis aspectos: agência, categoria, tecnologia, linguagem, audiência e representação. O que observou foi ênfase nos aspectos da tecnologia, linguagem e representação. É interessante notar que, comparando o resultado da pesquisa com os relatos de professores da rede municipal de São Vicente, podemos encontrar similaridade. Aspectos como agência, categoria, audiência e representação parecem ser esquecidos ou trabalhados em um grau menor de importância, enquanto que os aspectos tecnologia e linguagem são destacados e bem utilizados.

Uma possível interpretação destes resultados é que o uso das mídias ainda está atrelado a dois domínios já bem conhecidos pelos alunos e professores: o domínio da técnica, necessária para manipular a mídia utilizada, e o domínio da escrita, base da reprodução da informação em seus variados suportes físicos.

A escola e as mídias começam a caminhar juntas, com a esperança de ampliar a cada dia seu diálogo e seus resultados. Desta tarefa, coletiva e comunitária, fazem parte os professores e gestores escolares, lado a lado com seus alunos e familiares.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

WIKIs e WIKIPÉDIA

A Wikipédia, assim como outras aplicações feitas por meio da ferramenta Wiki, tem seu lado positivo e, também, seu lado negativo. Como positivo, cito a construção colaborativa, qualidade principal da obra. Como negativo, temos a possibilidade de erros em seus textos.

A ferramenta Wiki permite a inserção de textos novos, alterações e remoções de textos existentes, sem que haja um controle destas ações justamente por ser a Wiki uma ferramenta que dá liberdade de criação a todos os interessados. Para amenizar este problema existem alguns recursos oferecidos pela própria Wikipédia que permitem à pessoa que faz a consulta saber o histórico do verbete: “discussão” e “ver histórico”.

Quanto ao seu uso como fonte de pesquisa para atividades escolares, deveria ser discutido com os alunos, e compreendido por eles, a necessidade de sempre checar as informações coletadas. Assim como é consenso científico que nenhuma verdade é permanente, mesmo uma informação dada como certa em certa época pode ser entendida como incorreta em data posterior, à luz de novas descobertas da ciência.

Ainda pensando o conteúdo da Wikipédia como material de trabalho dos alunos do Fundamental e Médio, podem ser lançadas para reflexão questões acerca do domínio do(s) autor(es) das informações com relação à língua natal e sua(s) habilidade(s) na comunicação escrita: um texto com erros de ortografia e gramática transmite confiança ao leitor? Ou, uma frase mal redigida pode comprometer a compreensão da informação?

Posto na balança os prós e os contras, chega-se ao ponto comum a todos os usos de ferramentas e técnicas pedagógicas: nada vem pronto para o uso, sempre a mediação do professor se faz necessária para adequá-las aos objetivos das aulas.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reflexões Acerca De Hipertexto

A possibilidade de criação de um texto que desobedeça a forma linear e sequencial com a qual nos acostumamos a escrever (e, portanto, ler) põe em discussão a concepção da compreensão textual como um encadeamento de ideias que partindo de um ponto inicial se encaminha a um ponto final e que, durante o percurso, tece relações que consolidam este entendimento. A não-linearidade característica do hipertexto traz à tona muitas questões que precisam ser respondidas pois a nova modalidade textual deixa entrever inúmeras aplicações na área educacional.

No texto utilizado como base para estas reflexões, encontramos o autor propondo aproveitar o surgimento do hipertexto para se reavaliar o papel da escola no letramento e também a função do computador no ensino. A ideia levantada por ele é que o hipertexto, viabilizado pelas novas tecnologias da informação e comunicação (TIC) interage e interfere nas práticas da escrita.  A partir daí, tece questionamentos (MARCUSCHI, 2001, p.82):
-  Será o hipertexto um novo espaço da escrita?
-  Quais são os desafios dessa nova forma de escrever?
-  Em que medida o hipertexto afeta os papéis de autor e leitor?
-  A aprendizagem mediante o hipertexto oferece mais desafios e exige mais preparo do que as práticas textuais tradicionais?
-  Será o hipertexto uma prática de construção de conhecimento mais eficiente que a produção escrita na forma tradicional?
-  Qual o futuro do texto tradicional em relação ao hipertexto?

Para responder será necessário o desenvolvimento de pesquisas que investiguem as relações entre a nova forma de registro escrito e as funções cognitivas utilizadas para acompanhar e compreender as mensagens (que se apresentam como inúmeras) registradas. Certo é que o seqüenciamento e a linearidade foram superados e o cérebro humano irá adaptar-se ao novo padrão de transmissão de informações.  Também certo é a volatilidade do texto construído pelo leitor, que segue caminhos próprios e que não deixa pegadas para o próximo nem para si mesmo. Neste caso, percebe-se que haverá novamente a necessidade do recurso da memória, se não para fixar os conteúdos lidos mas para refazer os passos caso seja preciso. O hipertexto exige maior esforço do leitor e também obriga a um compromisso com a leitura, uma vez que várias são as opções de leitura e compreensão abertas pelos hiperlinks inseridos no texto. Este envolvimento individual (que também pode ser transformado em coletivo) é positivo do ponto de vista pedagógico, podendo trazer o aluno de volta para atividades de leitura e escrita, interferindo como referido pelo autor no início de seu texto.


[1] Texto base: MARCUSCHI, Luis Antônio. O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula. Linguagem & Ensino, Recife, vol. 4, n. 1, p. 79-111, 2001.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Primeiro Post

Como desenvolver o ensino da matemática à distância?

Como transformar o ciberespaço em um lugar de aprendizagem matemática?

Por que transferir a sala de aula para o espaço virtual?

Como avaliar a aprendizagem matemática à distância?